terça-feira, 10 de maio de 2011

Professores em humildade!!!

Salve os Pretos-velhos e Pretas-velhas!!!



"Eu mandei fazê um baile, na fazendo do Sinhô, eu mandei fazê um baile, na fazenda do Sinhô...
Foi no dia 13 de maio, que até o escravo chorô..."

Olá pessoal!!!
Chorou sim meus irmãos e amigos, o preto-velho chorou muito e muitas vezes, somente por estar ao nosso lado, nos indicando o caminho, com a serenidade costumeira, paz, amor, e misericórdia, em sua humildade sem par, nos dando a mão como Pai Thomé, negro magro alto e muito sereno, Vovó Catarina, que para muitos Eusália de Aruanda, que em vestes nobres esbanja sorrisos e delicadezas em atendiamento as mais diversas missões em nosso solo ou em campos distantes, a velha Sinhá, que me auxilia em meus trabalhos costumeiros de sextas-feiras, dando conforto aos amigos necessitados na sub-crosta, Velha Quitéria, sabedoria e amor ímpar, na gentileza de nos abraçar com palavras doces nos levando calmamente a reflexão e ao suposto acerto, e ainda muitos mais... Maria Gonga, Maria Redonda, Cambinda, Malaquias... enfim... desprendendo todos, lágrimas de amor, em dor humilde pelos nossos erros, e com  trabalho árduo em nos indicar sempre a forma simples de encarar uma vida atribulada e tão fácil em prosseguimento na verdade cristã.

E mais... um velho de Aruanda... Pai João de Aruanda!!! Mensageiro entre dois mundos, que nos ensina com cânticos:  “A estrela no céu brilhou, a mata virgem já escureceu. Aonde anda o mensageiro de Aruanda, que até agora não apareceu?”
E nos mostra ainda, com textos maravilhosos em simplicidade e amor, nos explicando que ser preto e velho, nunca seria demérito aos trabalhadores cristãos, incansáveis em distribuição e ensinamento de como amar ao próximo na "Sua" forma em verdade.

E ainda nos explica:
“Muitos dizem que preto-velho é espírito atrasado, que não tem conhecimento e que, somente pelo fato de assim se apresentar assim já  atesta a própria inferioridade. 
Mas eu gostaria de convidar a uma reflexão. 
O que é estar atrasado ou adiantado em sua evolução? 
Se um espírito é atrasado, ele o é em relação a quem? 
Se está adiantado, como saber com certeza? 
Muitos julgam as aparências, inclusive a dos espíritos. Devemos ter cuidado ao fazer isso. É certo que não se deve crer em tudo ou em todos os espíritos, mas, daí a discriminar um espírito por ele se manifestar desta ou daquela forma preferida por ele, é preconceito típico de muitos irmãos. 
A atmosfera espiritual do Brasil, devido a seu passado histórico, é povoada de espíritos que preferem manter a forma espiritual tal qual em sua última existência, como escravo, o regime escravocrata terminou; a escravidão, contudo, permanece marcada nos céus no Brasil. O estigma deixado por ela, ainda o experimentamos. É por isso que mesmo espíritos que não reencarnaram como negros, assumem essa aparência com alguma finalidade. 
Por que não questionar também aqueles que se manifestam como frades, madres ou quaisquer formas espirituais que adotem determinados espíritos?”

PAI JOÃO DE ARUANDA 
Sou preto. Negro como a noite sem estrelas. 
Sou velho. Velho como as vidas de meus irmãos. 
Mas se sou ainda negro, é porque trago em mim as marcas do tempo, as marcas do Cristo.
Essas marcas são as estrelas de minha alma, de minha vida. 
Sou negro.
Mas a brancura do linho se estampa na simplicidade do meu olhar, que tenta ver apenas o lado bonito da vida. 
Sou velho, sim.
Mas é na experiência da vida que se adquire a verdadeira sabedoria, aquela que vem do Alto.
Sou velho. Velho no falar; velho na mensagem, velho nas tentativas de acertar. 
A minha força, eu a construí na vida, na dor, no sofrimento.
Não no sofrimento como alguns entendem, mas naquele decorrente das lutas, das dificuldades do caminho, da força empreendida na subida.
A força da vida se estrutura nas vivências. É à medida que construímos nossa experiência que essa força se apodera de nós, nos envolve e nós então nos saturamos dela.
É a força e a coragem de ser você mesmo, do não se acovardar diante das lutas, de continuar tentando. 
Sou forte. 
Mas quando me deixo encher de pretensões, então eu descubro que sou fraco.
Quando aprendo a sair de mim mesmo e ir em direção ao próximo, aí eu sei que me fortaleço. 
Sou andarilho. 
Eu sou preto, sou velho, sou humano.
Mas sou humano assim como você, sou espírito. Sou errante, aprendiz de mim mesmo. 
Na estrada da vida, aprendi que até hoje, e possivelmente para sempre, serei apenas o aprendiz da vida. 
Pelas estradas da vida eu corro, eu ando. 
Tudo isso para aprender que, como você, eu sou um cidadão do universo, viajor do mundo.
Sou um semeador da paz. 
Sou preto, sou velho, sou espírito.

Pesquisa de Texto:
Sabedoria de Preto-Velho
Autor espiritual: Pai João de Aruanda
Psicografia: Robson Pinheiro
Editora: Casa dos Espíritos

Imagem original: www.google.com.br
Imagem final: Ermitão do Giz

Então amigos, somos espíritos e por conseguinte, estamos todos em franca evolução, seja em corpo branco, preto, amarelo ou vermelho, velho ou novo, doutor ou camponês, pai ou filho, enfim... trabalhemos mais a humildade e esperemos a evolução aprendendo e cantando, louvando e orando, deixando sempre nossas lágrimas semearem nosso canto, nossa luz indicar nosso caminho, para aprendermos a olhar com o coração, e assimilar um pouco mais de sabedoria preta e velha a cada dia.

Beijo grande no coração de todos, e fiquem com Deus!

Beto Ribeiro