terça-feira, 25 de setembro de 2012

Alto astral...

| Meio astral... |



Ser iluminado, desvenda em mim o passado
de sentir somente em seu vir, a vida fluir,
em seu sortilégio do desejo em rir,
e a ferida muda existente, voltar a se abrir...

Vem “ser” alado,
divida comigo o seu lado pecado,
deixe na cama o arco dourado,
e faz descer do ceu, o sabor da dor em mel...

Traz a morte ao viver,
faz em corpo sadio, o calor fenecer,
o não querer, em clemência tecer
a onda do reter que nos faz renascer...

Voa de lá pra cá, daqui pra lá,
de cima a baixo, do escuro ao facho...
E tempera este momento, com luz e juramento
e com sangue em flor, uma essência de amor...

Tritura meu corpo, num respirar semi-morto,
revira meu sal, num sentimento simples formal,
e deixa um gosto imaterial,
quando mais imploro uma defesa carnal...

E minha história se refaz, com “ser” meio-alado,
meio-encarnado, em transparente azul,
ou meio opaco estampado...  
Ontem em um corpo, hoje em um outro,

sempre tendo a oportunidade
de estarem juntos nas estrelas
que serpenteiam em dimensão diferente,
na ânsia e na procura de uma felicidade ardente,

que estaria dentro dos dois corpos, somente 
num só sinal...
Angelical...
Em um mundo meio astral...
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Beto Ribeiro
Setembro | 2012
Imagem original: www.google.com.br
Imagem final: Beto Ribeiro
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Olá pessoal!!!!
Estou de volta, e trazendo um pouco de poesia para vida dos amigos!!!
E aqueles que não tiveram a oportunidade de ler no meu Facebook, está aqui a poesia que teve mais de cem comentários, os quais me fizeram extremamente feliz!!!!! rsrsrsr
Valeu galera, muito obrigado pelo carinho!!!

Fiquem com Deus, e um beijo no coração de todos!!!

Beto Ribeiro.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Yorubá...


| Mitologia Yorubá... |


Olá pessoal!!!

Ao contrário do que alguns pensam, o idioma Yorubá não é uma língua morta, é falada por mais de 30 milhões de pessoas, dentro e fora das religiões oriundas da África, e em países como Benin, Nigéria, Togo, Haiti, Cuba, e no próprio Brasil. Um idioma de tradição oral, passado de pai para filhos, e dividido em centenas de dialetos.
Por não ser uma língua morta como o Latin, houve então, a necessidade de passar a ser um idioma escrito, e por esta razão, em mais ou menos 1843 o Reverendo Manoel Crawthe, um grande linguista, bispo africano da Igreja Anglicana, se dispôs a anotar e a escrever um livro chamado gramática Yorubá, e desta maneira foi lançada ao mundo as primeiras gra-fias sobre tal idioma.
Porém, é muito interessante notar, que por ser um língua antiga e tonal, ela traz junto a si, um grande valor místico, muito ligado a religiosidade africana, espiritual e mágica, ou seja, tem quase um significado de um mantra, ao reproduzirmos os sons, nos mais diversos trabalhos ritualístico, tanto quanto o latin, ou outros dialetos orientais.
Dentro desta ótica, venho mostrar neste post, não o idioma em si, mas, o lado mitológico, extremamente vivo em nosso mundo, e diretamente ligado às religiões praticadas no Brasil, como a Umbanda e o Candomblé, em suas variações de Nações, ou na malha de Umbanda vertida ao lado africano.
Então pessoal, vou contar aqui, uma estória linda, de um Orixá chamado “Ossãe”, cultuado no Candomblé, como o detentor da sabedoria da cura, e ainda não na Umbanda, por esco-lhas de casas e vertentes diferentes em suas diversas ordens de sincretismos, ou opções.

Bem pessoal, isto foi apenas uma pequena introdução sobre o idioma Yorubá, espero que tenham gostado.

Pois bem, vamos lá... Ewe ó... Ossãe... As folhas funcionam...


| Ossãe |


É fundamental sua importância, porque detém o reino e poder das plantas e folhas, impres-cindíveis nos rituais e obrigações de cabeça e assentamento de todos os Orixás através dos banhos feitos de ervas. Como as folhas estão relacionadas com a cura, Ossãe também está vinculado à medicina, por guardar escondida na sua floresta a magia da cura para todas as doenças dos homens, contida nas virtudes de todas as folhas. A cura é invocada no caso de doença, com o auxílio de Obaluaiê.

Divindade masculina, do ar livre, que governa toda a floresta, juntamente com Oxossi, o senhor da caça, ele é dono do mistério das folhas e seu emprego medicinal ou sua utilização mágica.
Dono do axé - força, poder, fundamento, vitalidade e segurança - existentes nas folhas e nas ervas, ele não se aventura nos locais onde o homem cultivou a terra e construiu casas, evitando os lugares onde a mão do homem poluiu a natureza com o seu domínio.
É bastante cultuado no Brasil, sendo conhecido por diversos nomes, Ossonhe, Ossãe e Ossanha, a forma mais popular. Por causa do som final da palavra, é freqüentemente confundido com uma figura feminina.

É o Orixá da cor verde, - utilizando o verde e branco em fio de contas - do contato mais íntimo e misterioso com a natureza. Seu domínio estende-se ao reino vegetal, às plantas, mais especificamente às folhas, onde corre o sumo.
Por  tradição, não são consideradas adequadas pelo Candomblé mais conservador, as folhas cultivadas em jardins ou estufas, mas as das plantas selvagens, que crescem livre-mente sem a intervenção do homem.
Não é um Orixá da civilização no sentido do desenvolvimento da agricultura, sendo como Oxossi, uma figura que encontra suas origens na pré-história. As áreas consagradas a Ossãe nos grandes Candomblés, não são jardins cultivados de maneira tradicional, mas sim, os pequenos recantos, onde só os sacerdotes - mão de ofá - podem entrar, nos quais as plantas crescem da maneira mais selvagem possível. Graças a esse domínio, Ossãe é figura de extrema significação, pois, praticamente todos os rituais importantes utilizam, de uma maneira ou de outra, o sangue escuro que vem dos vegetais, seja em forma de folhas ou infusões para uso externo ou de bebida ritualística.

Quando os Zeladores(as) de Santo, penetram no reino de Ossãe para fazerem as colheitas das ervas sagradas para os banhos e defumações, devem antes pedir a Ossãe permissão para tal tarefa, pois, se não o fizerem, com certeza todas as folhas que retirarem de seu Reino, não terão os Axés e Magias que teriam se pedissem a sua permissão, e até dependendo do caso como alguns entram em seu Reino zombando e sem firmeza de cabeça, suas ervas poderão agir ao contrario, causando muitos distúrbios naqueles que zombarem de seu Reino e faltarem com o devido respeito ao seu domínio.

Junto à planta cortada, deixa-se sempre a oferenda de algumas moedinhas e um pedaço de fumo-de-corda com mel, assim assegurando que avibração básica da folha permaneça, mesmo depois de ela ter sido afastada da planta e, portanto do solo que a vitalizava.

As folhas e ervas de Ossãe, depois de colhidas são esfregadas, espremidas e trituradas com as mãos, e não com pilão ou outro instrumento. Cumpre quebrá-las vivas entre os dedos. Seja filho de Oxalá ou de Nanã, ou de qualquer outro Orixá, uma pessoa sempre tem de invocar a participação de Ossãe ao utilizar uma planta para fins ritualísticos, pois, a capacidade de retirar delas sua força energética básica, continua sendo segredo de Ossãe. Por isso não basta possuir a planta exigida como ingrediente de um prato a ser oferecido ao Orixá, ou de qualquer outra forma de trabalho mágico.

A Colheita das folhas já é completamente ritualizada, não se admitindo uma folha colhida de maneira aleatória. Para que um iniciado possa recolher as ervas necessárias ao culto a ser realizado, deve-se abster de qualquer bebida alcoólica e de relações sexuais na noite que precede a colheita. As folhas devem ser colhidas na floresta virgem, sempre que possível. Antes de penetrar na mata, o iniciado deve pedir licença a Oxossi e a Ossãe, para isso acender vela na entrada, com o cuidado de limpar a área onde ficarão as velas.
Toda vez que queimamos uma floresta, desmatamos, cortamos árvores, ou simplesmente arrancamos folhas desnecessariamente, estamos violando a natureza, ofendendo seria-mente essa força natural que denominamos Ossãe.
E é também por este motivo que devemos respeitar nossas florestas, bosques, matas, enfim todo espaço em que tenha uma planta, mesmo sabendo que Ossãe habita as florestas e matas fechadas mas toda planta leva em sua essência o Axé deste Orixá da cura.

Ossãe com os seus filhos, tem uma aura de mistério em torno de si e a sua especialidade, apesar de muito importante, não faz parte das atividades cotidianas, constituindo-se mais numa técnica, um ramo do conhecimento que é empregado quando necessário o uso ritualístico das plantas para qualquer cerimônia litúrgica, como forma condutora da busca do equilíbrio energético, de contato do homem com a divindade.


| Lenda de Ossãe |
|Ossãe recusa-se a cortar as ervas miraculosas...|


Ossãe era o nome de um escravo que foi vendido a Orumilá.
Um dia ele foi à floresta a lá conheceu Aroni, que sabia tudo sobre as plantas. Aroni, o gnomo de uma perna só, ficou amigo de Ossãe e ensinou-lhe todo o segredo das ervas.
Um dia, Orumilá, desejoso de fazer uma grande plantação, ordenou a Ossãe que roçasse o mato de suas terras.
Diante de uma planta que curava dores, Ossãe exclamava: “Esta não pode ser cortada, é as erva as dores”.
Diante de uma planta que curava hemorragias, dizia: “Esta estanca o sangue, não deve ser cortada”.
Em frente de uma planta que curava a febre, dizia: “Esta também não, porque refresca o corpo”.
E assim por diante. Orumilá, que era um babalaô muito procurado por doentes, interessou-se então, pelo poder curativo das plantas e ordenou que Ossãe ficasse junto dele nos momentos de consulta, que o ajudasse a curar os enfermos com o uso das ervas mira-culosas. E assim Ossãe ajudava Orumilá areceitar a acabou sendo conhecido como o grande médico que é.

Ossãe dá uma folha para cada Orixá

Ossãe, filho de Nanã e irmão de Oxumarê, Ewá e Obaluaiê, era o senhor das folhas, da ciência e das ervas, o orixá que conhece o segredo da cura e o mistério da vida.
Todos os orixás recorriam a Ossãe para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam de Ossãe na luta contra a doença. Todos iam à casa de Ossãe oferecer seus sacrifícios. Em troca Ossãe lhes dava preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas, abô, beberagens. Curava as dores, as feridas, os sangramentos; as disenterias, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males.
Um dia Xangô, que era o deus da justiça, julgou que todos os Orixás deveriam compartilhar o poder de Ossãe, conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura. Xangô sentenciou que Ossãe dividisse suas folhas com os outros Orixás. Mas Ossãe negou-se a dividir suas folhas com os outros Orixás. Xangô então ordenou que Iansã soltasse o vento e trouxesse ao seu palácio todas as folhas das matas de Ossãe para que fossem distribuídas aos Orixás. Iansã fez o que Xangô determinara.
Gerou um furacão que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio de Xangô.
Ossãe percebeu o que estava acontecendo e gritou: “EuêUassá!” - “As folhas funcionam!”. Ossãe ordenou às folhas que voltassem às suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Ossãe. Quase todas as folhas retornaram para Ossãe. As que já estavam em poder de Xangô perderam o Axé, perderam o poder da cura.
O Orixá Rei, que era um orixá justo, admitiu a vitória de Ossãe. Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de Ossãe e que assim devia permanecer através dos séculos. Ossãe, contudo, deu uma folha para cada Orixá cada qual, com seus axés e seus efós, que são as cantigas de encantamento, sem as quais as folhas não funcionam. Ossãe distribuiu as folhas aos orixás paraque eles não mais o invejassem. Eles também podiam realizar  proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si.
Ossãe não conta seus segredos para ninguém, Ossãe nem mesmo fala. Fala por ele seu criado Aroni. Os Orixás ficaram gratos a Ossãe e sempre o reverenciam quando usam as folhas.
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Ref. de texto:
Sociedade Espiritualista Mata Virgem
Curso de Umbanda

Imagens originais: www.google.com.br
Imagens finais: Beto Ribeiro

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Valeu pessoal!!

É sempre legal essa coisa de mitologia, né? Me amarro muitão, e espero que tenham gostado também! Depois falo de outros seres mitológicos.

Grande abraço, e beijo no coração de todos.
Fiquem com Deus!!

Beto Ribeiro.