terça-feira, 29 de março de 2011

Perispírito???!!!

Sim. Perispírito!


“Há corpo animal e há corpo espiritual” diz São Paulo (1 Cor. 15:44).
Com efeito, esse corpo espiritual de São Paulo é o perispírito dos espíritas de hoje. O perispírito, aliás, não é coisa nova.

No Antigo Egito os sacerdotes ensinavam que além do ka”, o Espírito, emanação divina, havia uma forma imaterial “sahu”, o fantasma propriamente, que reproduzia exatamente os traços do corpo físico e que se manifestava aos encarnados.
Na Grécia antiga, a doutrina inspirada pelos hinos órficos ensinava: “Amai a luz, e não as trevas. Lembrai-vos da finalidade da vossa viagem. Quando as almas voltam ao mundo espiritual trazem marcadas sobre os seus corpos etéreos, em manchas horrendas, todas as faltas da sua vida e, para as apagar, é necessário voltar à Terra. Mas os puros e os fortes se vão para o sol de Dionísio”.
Na Índia se fala também desse corpo espiritual, porque ele próprio se impõe como uma realidade incontestável.
Mas não desejamos deter-nos em detalhes nem em considerações dos antigos filósofos. Preferimos abordar rapidamente as importantes funções do perispírito no plano material, assim como as suas conseqüências no plano espiritual.

O corpo espiritual, isto é, o perispírito está em cada um de nós, intimamente ligado ao corpo físico e é tanto mais sutil quanto mais elevado se acha o ser na escala da perfectibilidade. Vaporoso para nós encarnados é, no entanto, bem grosseiro ainda para os desencarnados; contudo, os Espíritos purificados podem elevar-se com ele na atmosfera e transportar-se aonde queiram.
As suas funções no corpo físico são múltiplas e preside a todos os fenômenos fisiológicos da respiração, da alimentação e assimilação dos alimentos, extraindo toda a matéria aproveitável, afeiçoando-a a cada órgão e eliminando do corpo todos os elementos que lhe sejam inúteis ou nocivos. Com efeito, o nosso organismo é uma complicada máquina que funciona à nossa revelia, sem que, nem de leve, suspeitemos da sua complexidade.

Um elevado Espírito, respondendo numa sessão a um jornalista inglês que lhe perguntara sobre o perispírito, disse: “Tenho um corpo que é uma reprodução do que tive na Terra: as mesmas mãos, pernas e pés, que se movem como o fazem os vossos. Na Terra eu tinha o corpo físico interpenetrado do corpo etéreo que ora tenho. O etéreo é o corpo real e é cópia perfeita do corpo terreno. Por ocasião da morte, emergimos de nossa cobertura de carne e continuamos a nossa vida no mundo etéreo, funcionando aqui por meio do corpo etéreo, exatamente como funcionávamos na Terra, metidos no corpo físico. O corpo etéreo é aqui tão substancial para nós como o era o corpo físico quando vivíamos na Terra. Temos as mesmas sensações. Sentimos e vemos como na Terra. Embora não sejam materiais, conforme entendeis esta palavra, os nossos corpos têm forma, aspecto e expressão”.
É ainda no perispírito que ficam registradas as nossas ações e os nossos atos, bons ou maus. De fato, todos os acontecimentos da nossa vida são maravilhosamente registrados em nosso perispírito, nos seus mínimos detalhes; nada se perde.


Segundo recente declaração do Dr. Wilder Penfield, diretor do Instituto de Neurologia de1 Montreal, Canadá, o nosso perispírito grava, como num filme, todos os acontecimentos da nossa vida. A recordação é de tal modo viva que é como se o indivíduo voltasse a reviver as mesmas cenas, os mesmos fatos.
Pelos fatos registrados nas obras espíritas já sabíamos que em momentos críticos, como nos acidentes graves, nas quedas perigosas, na asfixia por afogamento, etc., o indivíduo pode rever, com incrível nitidez, a sua vida até aquele momento, como se assistisse a um filme no qual ele próprio tomasse parte.
Naturalmente os seus atos bons são motivos de satisfação para o seu Espírito, enquanto os atos maus são motivo de tristeza e arrependimento. Por aí se pode avaliar a situação dolorosa de certos Espíritos libertos da carne, tendo diante de si, permanentemente, os acontecimentos deploráveis que desejariam esquecer.
Eis um fato significativo que comprova as afirmações do Dr. Penfield. O almirante Beaufort, quando ainda jovem, caiu de um navio à água do porto de Portsmouth. Antes que fosse possível ir em seu socorro, desapareceu; ia morrer afogado.
Depois de algumas considerações sobre a angústia do primeiro momento, diz ele:
“Com o enfraquecimento dos sentidos coincidiu uma superexcitação extraordinária da atividade intelectual; as idéias sucediam-se com rapidez prodigiosa. O acidente que acabara de dar-se, o descuido que o motivara, o tumulto que se lhe deveria ter seguido, a dor que iria alcançar meu pai e outras circunstâncias intimamente ligadas ao lar doméstico, foram o objeto das minhas primeiras reflexões. Depois, veio-me à memória o último cruzeiro, viagem acidentada por um naufrágio; a seguir, a escola, os progressos que nela fizera e também o tempo perdido, finalmente, as minhas ocupações e aventuras de criança. Em suma, a subida de todo o rio da vida, e quão pormenorizada e precisa”! E acrescenta: “Cada incidente da minha vida atravessava-me sucessivamente a memória, não como simples esboço, mas com as particularidades e acessórios de um quadro completo! Por outras palavras, toda a minha existência desfilava diante de mim numa espécie de vista panorâmica, cada fato com a sua apreciação moral ou reflexões sobre suas causas e efeitos. Pequenos acontecimentos sem conseqüências, há muito tempo esquecidos, se acumulavam em minha imaginação como se tivessem passado na véspera. E tudo isso sucedeu em dois minutos”
(Léon Denis, “O Problema do Ser”, pág. 173)

Com efeito, todos os atos da nossa vida e são maravilhosamente registrados em nosso perispírito. Os menores detalhes são cuidadosamente guardados para, no momento preciso, na aflorarem nítidos, inconfundíveis - Eis porque Jesus, estabelecendo a nossa responsabilidade diante da vida, diz: “Até os cabelos da vossa da cabeça estão contados.”
Reformador - julho/1970 - pg. 161
José Monteiro Lima

Fonte:

Fonte imagens originais: www.google.com.br
Imagens finais: ermitão do giz

A nova era nos leva de encontro a não religiosidade, mas a fraternidade humana liderada pelo amor, e o ecumenismo como fonte de entendimento entre os povos.
Analisar e refletir se faz necessário, quanto ao grau de preconceito que são gerados a partir do desconhecimento de um todo, o qual nos envolve como seres passageiros em um plano relativamente novo.

Um beijo no coração de todos e fiquem Deus!

Beto Ribeiro

terça-feira, 22 de março de 2011

Down sim, preconceito não!

Olá pessoal!!!!

Ontem foi o dia internacional da Síndrome de Down, e o ermitão aqui, não poderia deixar passar em branco esta comemoração tão importante, né?
Me lembro que em décadas passadas ser "down" gerava um sinal de preconceito extremado, e nesta mesma época estudei em uma escola industrial, onde fazíamos tipo um aprendizado integral, dia inteiro rodando em diversos setores industriais, em oficinas ligadas a madeira, a mecânica, e a gráfica. E todas estas oficinas eram abertas a circulação, poderíamos entrar e sair quando bem quiséssemos, desde que estando em aulas vagas ou intervalos .
Porém, uma outra oficina era fechada, ninguém entrava, ou sequer sabíamos o que tinha lá dentro.
Mais tarde então, descobri que era um departamento exclusivo aos portadores da Síndrome de Down, que confeccionavam vassouras com extrema destreza, mas sem ter contato nenhum com os mais de 3000 alunos que estudavam em dois turnos durante o dia.
Poxa, achava muito estranho não ter contato, mas naquela época não ousávamos perguntar, porque poderia até ser uma ofensa. Contudo, o tempo foi passando e o meu preconceito foi acabando por total, já que por força das circunstâncias ou da espiritualidade, comecei a ter contato com várias crianças down, e mais tarde ainda, estudando a doutrina Espírita, pude perceber que o down não é down, apenas está down.
E por essa razão, resolvi transcrever um texto explicando o papel espiritual dessas pessoas com má formação genética em nosso convívio, e o aprendizado que eles nos passam.
Vamos lá então.

Síndrome de Down



Segundo a doutrina espírita, reencarnar com a Síndrome de Down é uma oportunidade abençoada de evolução, inclusive para os pais que assumem esta sublime missão.

O nascimento de um bebê, sem dúvida, é um momento mágico dentro de uma família. É a manifestação da essência divina através de uma nova vida de corpo frágil e pequenino que necessita de cuidados especiais para poder crescer e se desenvolver. Mas quando essa gravidez foge dos padrões planejados e os pais recebem o diagnóstico da chegada de um filho portador da Síndrome de Down, assim como qualquer outro tipo de deficiência, surge uma sensação de medo e angústia em lidar com a situação inesperada.
Mesmo diante do turbilhão de dificuldades, um novo caminho pode ser trilhado quando se descobre que, apesar das limitações e de necessidades especiais, existe um potencial a ser desenvolvido e que deve ser estimulado por meio de uma educação que permita o aprendizado, além do amor, que é fator fundamental no desenvolvimento de qualquer criança. Mergulhando neste universo desconhecido por muitas pessoas e fugindo de regras consideradas normais pela sociedade, vamos conhecer os aspectos de ordem física e espiritual da Síndrome de Down.

Atualmente, existe muito mais informação a respeito do que há algumas décadas. A primeira descrição foi dada pelo médico inglês John Langdon Down, em 1866, chamada também de trissomia do 21, pela existência de um cromossomo extra no material genético. Porém, essa alteração cromossômica passou a ser estudada mais profundamente a partir das pesquisas do geneticista francês Jerome Lejeune, em 1958. Portanto, a Síndrome de Down, chamada anteriormente de mongolismo (semelhança na aparência dos portadores com os povos mongóis),  passou a ser considerada uma alteração genética e não uma doença, que ocorre pela presença de um cromossomo a mais. Ao invés de um par de cromossomos, ocorre a formação de um trio, elemento extra que se une ao par número 21, daí o nome Trissomia do 21. Essa má formação congênita é considerada a forma mais freqüente de retardo mental causada por uma alteração cromossômica e ocorre com maior probabilidade na medida em que a mãe envelhece, além de outros aspectos que devem ser considerados. As estatísticas mostram um para cada mil recém-nascidos de possibilidade na gestante na faixa dos 30 anos, enquanto na faixa dos 40 anos o número sobe para nove a cada mil, embora qualquer pessoa esteja sujeita a ter um filho com tal anomalia genética. Estima-se, hoje, que de cada 650 crianças nascidas, uma tenha Síndrome de Down. Em termos percentuais, esses números representam de 3% a 5% da população mundial. No Brasil, nascem por ano cerca de 8.000 bebês com a síndrome.

A Síndrome de Down pode ser diagnosticada por algumas características físicas diferentes de outras crianças, que gera atraso nas funções motoras do corpo e mentais, o que representa maior lentidão no processo de aprendizado. Esse atraso no desenvolvimento pode ser minimizado com uma intervenção precoce por meio de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, além de abordagens psicológica e pedagógica adequadas.
Dentro deste quadro de características existem muitos mitos, vejamos alguns: a Síndrome de Down não é hereditária; não é resultado do grau de parentesco dos pais; problemas durante a gestação não influenciam na geração de um portador e é importante lembrarmos que o problema está presente em todas as raças e sexos.
Em relação à expectativa de vida dos portadores, ocorreram muitas mudanças nos últimos dez anos com os avanços científicos, principalmente em relação a problemas cardíacos, uma das maiores causas de mortalidade entre os portadores. De todos indivíduos com a síndrome, 50% apresentam má formação no coração. 

Aspectos espirituais
Embora as causas que ocasionam a Síndrome de Down não sejam conhecidas ainda pela Ciência, quando os questionamentos abrangem os aspectos espirituais, as explicações ganham outra dimensão muito além das pesquisas humanas.
Do ponto de vista espiritual, tudo tem uma razão de ser. É a lei de ação e reação (karma) que deve ser compreendida com a visão reencarnacionista. Diversas obras espíritas relatam o processo desde o momento da fecundação do feto ao seu nascimento, prova de que existe um planejamento muito grande no momento da reencarnação. O livro Missionários da Luz, o terceiro livro ditado pelo espírito André Luiz ao médium Chico Xavier, descreve o Ministério da Reencarnação e o empenho dos espíritos encarregados desta função. Dentre milhões de espermatozóides e óvulos existentes, apenas um é escolhido para ser fecundado e essa escolha ocorre de acordo com as provas necessárias do espírito. A necessidade de evolução do espírito possibilita a união do perispírito (o corpo astral e os corpos mais sutis) com o corpo físico, união esta capaz de gerar os órgãos que servirão como instrumento necessário de aprendizado. Segundo o capítulo XI do livro A Gênese, de Allan Kardec, é o próprio espírito quem fabrica seu envoltório de acordo com suas necessidades. “Ele o aperfeiçoa, o desenvolve e completa o organismo à medida que sente a necessidade de manifestar novas faculdades; numa palavra, ele o talha conforme sua inteligência... Assim se explica igualmente o cunho especial que o caráter do espírito imprime aos traços da fisionomia, e às linhas do corpo”.

Podemos encontrar em O Livro dos Espíritos, perguntas 371 a 374, respostas dos espíritos a Kardec sobre a idiotia (como a deficiência mental era chamada séculos atrás). A resposta à pergunta 373 sobre esses deficientes diz: “É uma expiação decorrente do abuso que fizeram de certas faculdades. É um estacionamento temporário”. Complementa dizendo: “O gênio se torna por vezes um flagelo, quando dele abusa o homem”.

Porém, é importante lembrarmos que cada caso é um caso. Generalizarmos algo é sempre complicado. Existem espíritos que pedem aos mentores espirituais a oportunidade de reencarnar com algum tipo de deficiência que julgam ser necessária para um melhor aproveitamento evolutivo que a reencarnação oferece.
Por outro lado, cabe também aos pais escolhidos para essa responsabilidade, claro que não por acaso, educar o espírito que chega ao lar, com amor, dedicação e acima de tudo, muita paciência, por ser realmente uma prova de muita coragem para ambas as partes. No caso do portador da Síndrome de Down, suas limitações o impedem de poder utilizar o corpo – que é um instrumento de manifestação do espírito – livremente.

Na maioria dos casos – e lembre-se que cada caso é um caso –, em encarnações anteriores, a inteligência pode ter sido mal direcionada. Espíritos que se valeram do brilho intelectual para prejudicar em demasia outras pessoas, ou abreviaram suas próprias vidas por não suportarem suas dores, gerando como conseqüência, distúrbios energéticos no perispírito. Estes desequilíbrios energéticos acabam prejudicando a formação do novo corpo, em nova encarnação.
Como nada acontece sem uma razão, os pais escolhidos para essa difícil missão, em razão de compromissos assumidos anteriormente ou por amor, recebem como “joalheiros da vida” o papel de transformar uma pedra bruta em jóia preciosa. Como lembra o título do livro As Aves Feridas na Terra Voam, de autoria de Nancy Pullman, que aborda a trajetória dos excepcionais como espíritos encarnados no plano terrestre, esses espíritos precisam voltar a voar, mesmo com as asas quebradas na atual encarnação. Seus mais altos vôos dependerão daqueles que o receberem em seus ninhos.

Pedagogia do Amor
A anomalia cromossômica causa alteração e mau funcionamento de diversos órgãos. E por afetar o cérebro, ocasiona também a dificuldade na manifestação intelectual, que varia de intensidade. Conforme esclarece a doutrina espírita, a inteligência é um atributo do espírito, mas para que esta se manifeste livremente no plano físico é necessário que o cérebro esteja em condições apropriadas.
Pesquisadores do mundo todo têm se surpreendido cada vez mais com o potencial de desenvolvimento das pessoas portadoras de alguma deficiência, algo que algum tempo atrás não era reconhecido.
Como todas as potencialidades na vida precisam ser estimuladas, no caso da Síndrome de Down é preciso doses ainda maiores de uma educação social e atenção afetiva, desde o nascimento da criança. Os avanços da Medicina têm permitido uma duração no tempo de reencarnação delas maior e com mais saúde, porém, todo progresso científico não terá o sentido que merece enquanto a exclusão social não for banida e substituída pela palavra dignidade. É bastante comum, no meio familiar e escolar, as pessoas subestimarem a capacidade de aprendizado dos portadores de necessidades especiais. Cabe, portanto, àqueles que se norteiam pelos paradigmas espirituais das múltiplas existências, não se deixarem contaminar por ideias preconceituosas. Porque afinal de contas, apesar do corpo se encontrar limitado, essas dificuldades são transitórias e são necessárias para sua evolução. A compreensão dos paradigmas que vão além da visão física dão um novo significado às dores da alma e ajuda na compreensão da importância do convívio social, tanto para o crescimento dos portadores, quanto da sociedade no exercício da compreensão e da fraternidade. Somente assim os muros do preconceito poderão ser substituídos pela pedagogia do amor, que sem dúvida, representa a mais eficaz das ferramentas renovadoras.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 43.

Imagem original: www.google.com.br
Imagem final: Ermitão do Giz

Refletir amigos, é o primeiro passo para banir todo preconceito de uma sociedade, que por dádiva divina recebe o nome de Pátria do Evangelho de Cristo.

Beijo grande no coração de todos e fiquem com Deus!

Beto Ribeiro

terça-feira, 15 de março de 2011

Salve a poesia!!!

Olá pessoal!!!!

Estas duas semanas foram bem marcantes para todos nós.
Alegria do lado ocidental do globo, com o carnaval, festa que expressa o extremo da alegria de vários povos, e do lado oriental, a tristeza de uma onda gigantesca a varrer tudo que estivesse pela frente, inclusive pessoas, que mesmo bem preparada para estes supostos acontecimentos, se sentiram inúteis ao brado impiedoso da natureza, reclamando seu espaço e suas dores por ser tanto tempo maltratada por muitos.
Bem, como ontem dia 14.03, foi o Dia Nacional da Poesia, nada mais normal pra mim, que tento ser um poeta - amador muita coisa, porque todos que escrevem o são -, colocar em linhas uma pequena homenagem à alegria e à tristeza, que fizeram parte dos meus dias neste período.

Entendo a poesia como a maior forma de expressão do sentimento humano, depois é claro, do beijo e do abraço, e entendo também que ela tem duas vertentes, uma que pode dizer nada pra muitos e outra que pode dizer um mundo pra poucos, e só entenderá isso, talvez, aquele que um dia receber uma poesia, mesmo que mal escrita, mesmo que sem rimas, sem métrica, mesmo que sem muitas formas acadêmicas de escrever, mas acredite, esta poesia será o mais puro sentimento desprendido por um ser e direcionado a outro, sendo ele humano ou não, mais um componente que divide um espaço físíco ou espiritual com um outro alguém. 




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Certa vez perguntaram ao Mário Quintana o que significava um de seus textos, então ele disse: "Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro."
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Outra vez em um programa de entrevista, em rede aberta de tv, fizeram a mesma pergunta ao Mário Prata, sobre um de seus textos que constava em prova de vestibular, e a resposta foi categórica: "É exatamente aquilo que escrevi."
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Então... acho que não é bem assim, penso somente que, quem escreve pode sim, semear no coração de quem lê uma fonte luminosa direcionada mais além, deixando assim o entendimento por conta de cada um. Portanto sintam, e se possível quando receberem uma poesia, expressem um sentimento qualquer, o autor com certeza irá apreciar de forma única, a forma de amar. Esse pensamento deve ser porque sou amador. rsrsrs



Cinzas de quarta.


E a quarta se acinzentou...
os pedaços de trapos em meu trapiche,
escureceram a minha visão em fartos atos
de você ao distante sambar...
de torcer o coração com o gotejar
de suor em lânguidas mãos,
estouradas por erupções de esfregas entre si.

Três longos dias transformados em infinitas
e intermináveis horas insólitas de excursões,
em pensares de torres de nada,
em castelos de pesares,
num tudo que nunca se fez presente
ou em provas de insones dormentes
no meu coração de um tormentado querer.

Insano estar são, em um mundo
de vontades torpes, se enriquecendo
em verdades inversas, sorvendo sorrisos
que nunca serão estampados em versos
e em verdades de amor.

Quantas noites cinzas de segundas e terças
pensei em ti como cobertor de mim,
quantas lágrimas de quarta sensíveis,
derramei por ti pensar em brilhos pra mim,
e o não saber se aqueles sorrisos eram derramados
na verdadeira obra do mais profundo fio de vida
de amores entrelaçados no arrebentarem
de corações em verões.

Quartas cinzas...
de querer em verdade ter sua vida
em minhas mãos finas e cortantes de pierrot
em nuvens carnavalescas de colombina,
ser eu então um colírio a limpar seus olhos com a minha visão,
de furor e uivos de torrentes de vida vazando por meus poros
limpos e límpidos de fina flor de amor e paixão...




Março em águas.


Quando março findar
e forem suas águas partir,
colherei uma vez mais boas eras,
nas escaladas em vidas secas de depois.

Flores não brotarão com o ir embora de um verão,
nem heras sorrirão, nem contos de não ter
prolongarão gracejos de fingir, ou de vida enganada,
em uma estação com folhas de heras em escalada.

Mês de canto, de dor e de tremor
mais águas, menos amor, sem verso ou prosa azul,
apenas a dor rosada de nunca mais ter pousada,

pois, em ano de águas rasas
nunca nascem flores douradas,
apenas rasteiras em muros, em Heras.


Imagens originais: www.google.com.br
Imagens finais: Ermitão do Giz

Valeu pessoal, beijo no coração e um forte abraço.

Beto Ribeiro.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Hoje é carnaval, e depois...

Conversa com o Mestre.


Olá pessoal!!!


Estou colocando um post hoje, porque terça que vem é carnaval, e porque neste período tenho uma certa preocupação quanto às energias que nos envolvem, por conta do desprendimento mental que é comum a todos nesta época.

Mas como o carnaval dura apenas uma semana pra muitos, e um pouquinho mais para outros, devemos não esquecer de uma coisa básica, de estarmos em pleno equilíbrio durante estes 8 dias, assim dizendo,  e equilíbrio em todos os sentidos, de corpo e alma. 

Segundo alguns amigos espirituais, tais como Dr. Bezerra de Menezes, André Luiz e vários outros, neste período são mantidos por sobre as nossa cidade maravilhosa, no plano astral, postos avançados de socorro espiritual, para de pronto, acudirem todos aqueles que por ventura desencarnarem durante este período, e olha que são muitos mesmos, até encarnados desdobrados.

E como cada um deve fazer a sua parte, por estarmos em pleno contato com energias constantemente desestabilizadas de um equilíbrio pleno, nos é seguro, também manter o mesmo contato com nossos amigos do bem, para começarmos o carnaval sorrindo e terminarmos da mesma forma, felizes.

Deixo pra vocês, a minha versão da oração de Francisco de Assis, para fazermos juntos então, uma linha vibratória de fé e confiança no Pai, pedindo proteção e boa vibrações durante este carnaval.


Senhor...

Escutei seu emissário Francisco, me dizer para ser instrumento de vossa paz. E como devo eu proceder quando encontrar ódio, para substituí-lo pelo amor?

As ofensas estão espalhadas por todos os lados dos seres aqui comigo, e o perdão temos muito, em doses generosas, mas está um pouco difícil encontrar quem queira, sinto apenas ver tanta discórdia, sem dar uma simples chance a união de todos,

É Pai...
As dúvidas combatendo rudimente a fé, fazendo que seus filhos permaneçam no erro em detrimento da Sua verdade, mas mesmo tendo tanto desespero, chego cada vez mais próximo com um simples abraço, então vem a esperança.

E a tristeza que permeava os corações, deixou-se encantar por Sua alegria e mais ainda, a treva que víamos nos olhares de muitos, será com certeza Senhor, substituída por Sua luz.

Obrigado Mestre por me mostrar o caminho, e fazer que eu procure ser mais consolador que consolado, ouvir mais e compreender melhor que o oposto, amar muito mais de fé e coração, sem esperar a troca desse amor, e é como nos ensinou, damos um pouco e recebemos muito mais, e se o perdão de uma mão estendida nos é obrigatório, refletimos então, que a mão continuará aberta para receber.

E a crença que em Suas palavras, poderemos aprender que se morremos aqui, é pra vivermos a vida eterna em uma das moradas do Pai.

Amém.

Obrigado amigo, Francisco de Assis, pela linda lição em palavras.

Imagem original: www.google.com.br
imagem final: Ermitão do Giz

Fiquem com Deus e ótimo carnaval!!!

Beijo no coração de todos!!!

Beto Ribeiro

terça-feira, 1 de março de 2011

Minha Mana...

Im Memoriam...

Daise de Souza Ribeiro - minha irmã!

Olá pessoal!!!

Hoje vou contar uma história, e também fazer um agradecimento...

Rio do Ouro, bairro do Município...  metade de Niterói e outra metade São Gonçalo, um lado saneado e o outro não, um lado enchia nas chuvas e o outro não, mas os dois lados muito pobres, nos idos de 1958, em 27 de fevereiro...
Uma família também humilde, mas cheia de fribra, com mãe leoa, e 4 filhas ainda miúdas, e essa 3ª era bem miúda, nascida no tempo, mas de difícil aceitação do lado de cá. E que dificuldade de ficar grande...

Andou pela primeira vez em plena Festa de Santa Therezinha. Que lindo ela andando atrás do pombo solto diante do altar, tinha já quase 5 anos, se sentia livre para voar com ele. Choro certo e correto agradecimento da mãe leoa, que nas imediações de seus bracinhos finos e fracos, estendia-lhe ao abraço, em busca do conforto de senhora atenta. rs (minha mãe)

Cresceu a menina, aos trancos e barrancos, arrancando vida de dentro de si, com a força das grandes amazonas, e matrizes de família, forma de mulher, guerreira por ser, fiel às crenças divinas, mas sem se deixar enredar pela religião dogmática, que fizera o batismo, a primeira comunhão, as missas, as ordens cristãs e tudo que pudesse levar direto ao ceu. rs Difícil a menina... mas livre e forte como o vento.

Buscou o sonho de liberdade constantemente, não tinha rédeas ou cabresto que a prendesse, nem meias palavras ou palavras inteiras que segurasse a voz esganiçada de tonalidade sutil e altíssima de timbre, a sufocar muitas vezes meus ouvidos em grandes falações. rs

Cresceu, crescemos, avistando um ao outro, em tempo desiguais, mas nos amando como deveria sempre ser. E foi assim, mana defensora, brigadora,  até por docinho em saquinhos de setembro, mas principalmente por fazer sempre valer opinião firme de pisciana dura na queda, e simples no afago, guerreira no campo e de alma pura como neve em defesa de quem nunca até sabia que... Mãe de filho de outros e mulher que poucos saberiam conhecer.

Tive sim, o prazer de conhecer e conviver com essa Daise, irmã minha, terceira na ordem dos irmãos Ribeiro, filha que zelava pelos seus, que presenteava a todos em seus momentos intermináveis de alegria, em viver cantando e sorrindo.
Estudamos juntos, trabalhamos juntos, vivemos juntos, mesmo não estando junto em sua partida, mas, estive junto em pensamento e direcionamento ao seu bem, ao seu Deus, ao nosso Deus.

Disse-lhe inúmeras vezes que a amava... como fui abençoado nestes momentos em olhá-la em olhos diretos, dizendo fique firme menina, tens a força dentro de você que irá conduzí-la até ao Pai. Recebi o presente de orar por ela em um de seus momentos mais tristes, e me fiz de pai em sendo mais novo dos irmãos.

Sinto hoje uma paz profunda em acreditar que estás bem, cumpridora de deveres contratados antes de chegar, íntegra, honesta, mãezona, grande esposa, enorme irmã, tia, e filha mais que querida.
Homenagem simples, mas que te sinto merecedora mais ainda, por ser você minha mão direita, esquerda, em momentos difíceis, voz de muitos outros em necessidades incontáveis, fonte de vida de crianças entregues a sorte e mulher, principalmente mulher com um "M" mais que MAIÚSCULO, beirando ao Maior, ao Mais belo, ao Majestoso dom de ser você.

Parabéns minha irmã, não pelo aniversário de sua partida, mas pelo grande 27 de fevereiro de sua chegada até nós, e durante esses 51 anos que nos brindou com sua maneira linda de ser, voz fina, riso farto e  música que afirmava que cantava... "Mia Gioconda". rsrsrs
Com você tristeza nunca teve vez, então, estejamos certos que nos encontraremos e daremos grandes gargalhadas disso tudo, e que cada um que venha a ler este post, dê um sorriso, e esse sorriso se converta em oração em direção a ti, confortando e te deixando mais e mais perto do Pai.

Como você sempre dizia: "Tô nem aí pro crime..." kkkkkkk

Deus te abençoe minha maninha, muita luz e obrigado por tudo de bom que nos deixou, querida!

Valeu pessoal, bom carnaval, sem excessos.

Beijo no coração de todos e fiquem com Deus!

Beto Ribeiro